sexta-feira, 22 de junho de 2012

Nothing.

Deitou e percebeu que não entendia mais nada. Não entendia porque era tão difícil se sentir parte do mundo, porque não conseguia se encontrar em lugar algum e nem porque parecia que sua mente não pertencia a esse corpo. Talvez fosse porque buscou durante todos esses anos ser alguém que nunca foi pra agradar o universo e se perdeu dentro de si.
Sua alma girava no sentido contrário ao de todas as outras coisas, seu coração batia num ritmo fraco demais pra suportar a briga entre seus milhões de "eus" e os pés pareciam estar fora do chão enquanto caminhava em busca de ser um tanto bem maior. Acordou.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Alone

E ela continua buscando seu lugar; tentando se encaixar num lugar no qual suas peças são incompatíveis. Tem vontade de se jogar ao vento, de sentir a dor de estar viva e, por um segundo, tomar o controle de sua própria vida.
Ela continua buscando seu lugar; fingindo ser alguém para simplesmente não terminar isso tudo sozinha.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Voando.

E tudo aconteceu numa noite gelada. Coração tremendo de frio e a cabeça girando em busca de aquecimento.Talvez um voo a acalmasse. Atravessou a rua como quem fosse em busca de algo dentro de uma loja de roupas velhas ou de um mercadinho barato com comidas podres; entrou. Não sabia ao certo onde estava mas sabia que era exatamente ali que deveria continuar. Andou pelo espaço em busca de alguma explicação acerca das coisas malucas que pensava no momento e descobriu que sua cabeça estava cheia; cheia de nada, completa por vazio. Queria ter a capacidade de lembrar de coisas agradáveis naquele instante, mas o ambiente parecia gritar seu nome e acolhe-la em suas entranhas. Sentia frio, muito frio. Continuou andando até seus olhos a acordarem e seus pés mostrarem exatamente onde estava. Naquele momento teve a certeza de que todos que ali estavam se encontravam em paz. Caminhou alguns metros com o objetivo de encontrar o único local que conhecia naquele mar de gente. Ao chegar, abraçou o chão e voou para o lado de seu amado. Iniciou ali o processo de apodrecimento e decomposição de seu corpo e de sua mente.